REFERENDO SOBRE O ABORTO

Vou tentar falar um bocadinho a sério quanto ao Referendo sobre o Aborto, o que vai ser muito difícil, visto todos os dias ser confrontado com enormes abortos a entrarem-me pela televisão adentro a opinar sobre o aborto, independentemente da intenção de voto ser SIM ou NÃO.

Antes de mais acho uma autêntica parvoíce o andar-mos a ouvir todos os dias, " não vamos fazer deste referendo, um referendo partidário... ", isto só pode ser para rir, pois são tempos de antena atrás de tempos de antena, na rádio e na televisão, para quê ?, se não querem fazer disto um referendo partidário, deixem os movimentos cívicos e o cidadão anónimo ter também o seu tempo de antena, e não nos sacrifiquem com campanhas que não lembram nem ao diabo, algumas delas umas autênticas aberrações, e volto a frisar, independentemente da intenção de voto, porque tanto um lado como o outro têm abusado em certas e determinadas situações. Se isto não é um referendo partidário porque motivo os dirigentes partidários em vez de exporem as suas ideias e defenderem a sua posição, se atacam entre si constantemente, ora é a pergunta que está mal feita, ora eu estou de acordo, mas não é bem assim, por Amor de Deus, poupem-nos e esclareçam as pessoas mas sem ataques a A, B ou C.

Quanto à minha intenção de voto e como podem ver pelo selo que fiz questão de colocar no meu Blog, EU VOTO SIM, no entanto há determinados aspectos que os defensores do não defendem, com que eu me identifico e que compreendo perfeitamente, no entanto há que pesar os dois lados e aquilo que me fez pender para o lado do sim foi que, no meu entender o SIM, é o único resultado que dá aos dois lados a oportunidade de escolha, tenho pesquisado e lido textos sobre o referendo e sem dúvida encontrei um com que me identifico a cem por cento. Saiu no Público de ontem, 2 de Fevereiro, e sem dúvida acho que diz tudo, na minha modesta opinião. Fica aqui um excerto do artigo.

Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?

SIM! porque...
"(...) o que vai a votos não é a moral, a ética, a religião ou a consciência. Estas questões não são referendáveis.

O que vai a votos é uma lei que,a ser aprovada, deixará de considerar um crime a interrupção voluntária da gravidez nas condições da pergunta do referendo.

Liberaliza o aborto? sem dúvida, mas no sentido em que o banaliza. Porque toda a mulher sabe que a decisão de abortar não depende de nenhuma lei. Esta apenas ajudará a tornar mais segura do ponto de vista médico e psicológico a decisão já tomada. Por isso, e apesar da minha decisão não interessar a ninguém, votarei "SIM" no próximo referendo."

esther mucznikin público, sexta-feira, 2 fev 2007